segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

AS VELHAS E CADUCAS REPÚBLICAS DEMOCRÁTICAS, AS DUAS, DOA A QUEM DOER

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Hermano Chico, te vi na TV. Os bebés choravam durante o batismo. O senhor vê o que é preciso e fala, para as mães não se acanharem e alimentarem ali mesmo os seus filhos. "...Dêem de mamar, sem receio, com toda a simplicidade..." Óh, Hermano Chico, o senhor sabe o que é preciso. Lá na minha terra grande vive-se o maior drama da política. As escolhas. Preparam-se, sem esperança firme, mais uma vez, para votar em alguém, com confiança quase nenhuma, para conduzir os componentes do País, sabe-se lá como e para onde. É uma artimanha do caos associar o significado do poder ao "Demo" (Povo). Uma afronta à essência da liderança luminosa do construtor do tempo. Milhões de pessoas amarradas ao sistema atual. Até mesmo os mais ávidos militantes, crentes como os da "IURD", hipnotizados à uns punhados de Partidos com logotipos e tesourarias cheias de doações e desvios, bem como aos candidatos bem vestidos prestes à colocar as mãos nas rédeas de um País. "Entregar o poder ao povo é fazer dele carrasco de si mesmo". Escolhem quem carrega o machado que decepa. Uns figurassas, alguns bizarros, palhaços de circo, criminosos, malfeitores, hilários, lamentáveis ignorantes, gananciosos, provavelmente novos ou reeleitos futuros Deputados, Governadores, Senadores, Presidente... Jesus! Disse Ele na cruz: "Eles não sabem o que fazem". É verdade que até um macaco (Tião) já foi muito bem votado numa eleição democrática no Rio de Janeiro. Por aqui, Hermano Chico, na minha grande terra pequena, o País é tão rico de história mas está tão pobre de salário mínimo. O sistema político é parecido ao da terra grande e os governantes também vacilam, não são idóneos e usam máscaras horríveis. No mesmo dia que eu te vi na TV, Hermano Chico, também mostraram um hospital numa das maiores cidades (Faro) no sul do País, com idosos agonizantes, morrendo aos montes, esqueléticos em macas amontoadas, com enfermeiros expondo com medo o socorro à sua classe, e àquele povo que um dia também votou para escolher seus governantes. Uma cena arrepiante da Europa, comparada à qualquer submundo a leste, sul e oeste do Mapa Mundi. E na tentativa de assistir outra matéria mediática local para amenizar meu pavor perante as dores, mortes e reclamações do povo, este "poderoso povo democrático", deparei com massivos concursos telefónicos, assuntos de políticos novamente em conchavos com presidentes de clubes de futebol, políticos mentirosos com evidências de vantagens ilícitas, políticos discutindo presidência de Partido, políticos pedindo doações para Partidos políticos, deparei com richas entre técnicos de futebol discutindo como crianças assuntos tão banais, num meio econômico tão exorbitante e irreal, sem contributo intelectual, que quase morri nesses dias... Mas, ainda estou aqui, com o pé de meia diminuindo, distribuindo currículos, abrindo a cabeça, em risco de sangrar o coração, à rasca, pedindo... Óh, Hermano Chico, o senhor sabe o que eu preciso: O Império Quinto. Para dar ao povo, naturalmente.
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