sexta-feira, 9 de março de 2018

DEUS SALVE O REI PELA 18ª VEZ

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Depois de ter cruzado o Atlântico pela 17ª vez, com ânsias por tão altos ares, e o mar imenso sob os pés, com gana de aprender outra ciência, justamente a social, humana e antiga, volto a cruzar novamente o Atlântico, como se estivesse sobrevivido à guerra, salvo (ainda) por Deus e seus iluminados. No início, reencontrei um amigo de irmandade fiel, e no primeiro café onde vi a velhota banguela beber a sopa fitando-me curiosa, disse a ela o que ainda não aconteceu: A volta do Rei que desapareceu. Talvez ela soubesse que não era eu. Depois fui aos Vikings ver meu "leão". E como sorri ao revê-la... E quanto chorei ao despedir da aliança. Voltei a central e num pulo trilhei ao norte para engajar com dignidade num trabalho servil diário, necessário para a minha manutenção, valoroso pelo ambiente saudável, após confiar num "combinado de boca", sem contrato, com alguém de Negócios, conterrâneo nacional, conhecido há tempos. Feito os dias de dever, só vim a receber 50 euros dos 380 euros do prometido, somente agora, um dia antes dessa cruzada, após uma novela dramática e penosa que passei no último mês (desde o dia 6 de fevereiro), sem dinheiro algum. O fato é que este grande atraso do pagamento do meu trabalho realizado, me deixou zerado de grana e embolou de tal maneira o meio de campo que caí num buraco desesperador, sem condições de continuar os estudos, abalado numa casa mal assombrada pelas maiores bizarrices vivas, e tal experiência serve mais uma vez para não confiar absolutamente em ninguém. Dizem que os homens maus estão surdos pelos tapas no ouvido e as bruxas estão de ponta cabeça penduradas até hoje. O que fazer com os desonestos? Colocar na mesa onde bate o martelo da Maçonaria. É verdade que o que escrevo agora é um texto amplo, sem tantos detalhes nas explicações dos fatos, ainda que tenha capacidade de detalhar todas as histórias nesses 3 meses pela Terrinha, desde encontros e despedidas, aprendizados e decepções, ganhos e perdas, risos e lágrimas. Por fim, a cidade grande me engoliu. Senti-me dentro do filme "Roma, de Fellini - 1972", porém em Lisboa. Um "bicho do mato" que anda como peregrino observante, observado como é externo, em meio à tanta perdição do fim dos tempos e as belezas e imundices da "Babilônia". Essa tentativa de fixar raízes e realizar sonhos foi fracassada, não tenho vergonha. Mas consegui fazer 5 gols numa única pelada e saio com marcas que pelo menos me fazem escrever o tanto que passei de bom e de mal. Já quase em colapso, com "Pessoa" dentro de mim, parei as leituras proféticas da "Aurora" e "Bandarra", e voltei às leituras sagradas do oriente. Uma Epopeia hindu, "O Mahabarata" revela que o desejo é um veneno. E eu estou envenenado. Quis o que não consegui. Ao mesmo tempo ainda quero. Uma área num campo fértil, quero uma casa na cidade com irmãos de sangue e artes, quero qualidade, amigos leais com corações que se ajudam, quero decorar exteriores físicos e compor interiores aconchegantes, quero findar malditos, gerar benditos, quero dois países ou mais, quero subir uma montanha e lá ficar eremita até o fim da vida... E este castigo de querer muito é atribuído por quem também me salva. Então, meu Deus, só me deixe saber, mais nada.
Em homenagem a Nachiketas.
BRASIL, ME ABRACE, POR FAVOR!
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