quinta-feira, 15 de novembro de 2018

O CLAUSTRO

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Eu vou revelar seu segredo, pois é parte de dois outros mais. É uma das fugas da vida, nesse oito deitado, também conhecido infinito. Sinto-me preso como peça móvel nas horas que cabem a própria sina do criador, ora em contatos com o próprio criador através das obras mais simples e explícitas, e os mais complexos sentimentos (vários) que oscilam em extremos convívios, mais que dois, aliás, e um mero neutro, apenas quando em sono, raro. Esse pensamento também é conhecido como Dharma, ou roda infinda da vida ainda que pousada na matriz. Textos sagrados hindus antigos, como os mais velhos registros do intelecto humano, falam sobre as sensações, de Sakiamuni Buda, em riqueza, pobreza, abundância e fome bruta, 500 anos antes de Cristo, outra parte vinda, tem-se após milênios, as práticas dos ensinamentos que ainda explicam. E O Claustro é uma das fugas da vida. Outra é o convívio insensível à tudo. A um meteoro que paira, a um vulcão que exploda, o mar que invade e ao céu negrume. Outra fuga é o não nascimento, mesmo que induza a morte e digam haver escadarias, correntes e agonias, ou flores, cheiros e belezuras, uma hora vem a vida, outra vem a morte, e assim por diante infinitamente. Então O Claustro é de fato um isolamento da sociedade geral num recato distante, podendo até ser um navio mercante, um mosteiro, as estradas que levam aos picos e as cavernas, onde ninguém te aponta e sua mente não se fixa à pobreza da carne, aos prazeres do riso, ao sabor do sangue, até a brisa é considerada a mesma coisa que um tufão, só por causa da diferença do inanimado com o espírito. O Claustro é uma renúncia viva, temporária ou vitalícia. Se aparecido após recato esteja preparado para arrebatar a nova ordem, em morte apenas adia, a vida.
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