quinta-feira, 7 de maio de 2020

BRAVA MEMÓRIA

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Quando pequeno, eu observava os movimentos daqueles de meu sangue. Lembro, a Tia do meu pai, muitas vezes ao lado de minha avó, fosse dia ou noite, juntas em apoios causa das intempéries da vida. Via as irmãs pelo menos uma vez por semana dentro ou fora da sala fria, com tuturus nas mãos das linhas das costuras. Vi-as durante as noites quentes e escuras sentadas em cadeiras de ferro em conversas sem fim à meia luz, natura ou dos cobres da força da luz. Também nas festividades públicas e privadas clássicas, cíclicas e reais. Tia Geni era mais constituída, bochechas rosadas, perfume de chique, dançava em Serestas de Minas em noites de luar, com a mais segura postura do seu acompanhante, que só pelo andar já se notava. Imagina pelo nome! Vovó Cida talvez parecia com a Olívia Palito na alta idade antes da partida, mas fora firme e delgada, sem esbanjar farturas alimentava-se e aos filhos e aos netos. Tudo herdamos dos nossos entes muito mais do que imaginamos. As lembranças servem para nos situarmos do que devemos fazer durante a vida, fazer bem para os próximos.
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