quinta-feira, 21 de maio de 2020

CIAO

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Toda vez que bebo chá verde me animo a escrever. Podem associar à qualquer produto outro, mas é mesmo o chá verde. Bebo chá verde desde os tempos de Açores, no meio do Oceano Atlântico Norte, nas manhãs chuvosas durante 6 meses e outras amenas nos restantes 6 meses do ano. Vinham das colheitas da ilha verde, mas tinham embalagens azuis ou vermelhas. E desde lá já me trazia ânimo, o chá verde, sob qualquer tempo. O chá verde é muito consumido no oriente e reza a lenda que gera longevidade, ajuda as células do corpo a permanecerem vivas. Não tenho muito interesse em viver tanto tempo a ponto de não poder escrever e pensar mais do que já penso. Os acontecimentos ao nosso redor servem de combustíveis para sequenciar histórias. E não é querer parecer o centro de tudo, mas todo mundo uma hora pensa assim. Acredita que é o sol, sem saber que é um fragmento ínfimo no espaço. Talvez o meu estilo seja místico e corajoso. Mas já estou convencido que serei mais lido depois de morto. Os pobres de consciência que defendem um maldito são diferentes dos pobres de consciência que defendem outro maldito, mas de longe são a mesma coisa, estão todos perdidos e condenados à pobreza de espírito. E hoje quando olhava as estrelas em meio as nuvens correntes, lembrei de quão protegido fico em caminhada, subindo uma montanha, sumindo no Mundo, largando tudo que prende, de títulos, registros, até nome e sobrenomes não valem nada quando estou em paz distante. Porque no dia a dia, se come, se bebe, se deleita, se enobrece, e os que não têm isso estão na mesma guerra que é a vida. Entendo que os problemas são tantos, e as coisas vão aos trancos e barrancos, sem saber qual será a boa nova de prints de conversas às criações intelectuais de ironia. Tudo muito sem graça, sem empatia. Modernidade tosca, surda, muda, cega e má. Pouco ou quase nada entenderiam ainda, quando eu disser que não acredito na humanidade, duvido muito, mas creio um tanto mais, nos mais próximos que ainda assim a qualquer momento podem cravar ou degolar. Então me sobra Deus, me restando seguir, escrever.
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