quarta-feira, 6 de maio de 2020

DÁ PRA ENTENDER, BEATNICK?

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Eu entendo sem dar, só o necessário
No sentido geral doar ao coletivo, todavia
Estimulado pelas crônicas De Menta
Onde na regra constam personagens e situações
Normalmente com formato em parágrafos robustos
Então irei ao meu estilo mesmo
Com uso da mesma escrita corajosa desde as aulas de português
Com ênfase em ciências além mar
Incluso nessa máquina pública Brasilis
Com peças, elementos, engrenagens e gentes
Que de certa forma azucrinam, arranham e falham
Pois, também eu erro adoidado
Longe de ser um messias imaculado
Com certeza, torço que ao menos diferente
Neste e noutros desabafos
Creio que por motivos fúteis, invejas, raivas, desajustes
Problemas próprios, traumas, malícias ou incapacidades
Ou por necessidade de um conserto, um "exorcismo", algum reconhecimento
Talvez queiram participar dessas crônicas encapusadas
E se perguntam: "Será eu nessa linha?"
Talvez sintam Platões ao olho de Camões
Isto é, paixões, egos e ofícios
Amor talvez pelo umbigo fedorento
E por isso minam, perseguem, censuram
Engordam olhos e murmuram às escondidas
Trajam hipócritas como vítimas das amplitudes poéticas
Sentem-se lesados por citações urbanas
Poderiam pensar em multi significados
Mas acabam na própria imagem, sem brios
Perdidos nas ações de outrem
Não conhecem ou desgostam suas realidades
Arremessam nabos no Bolsonaro
Mas gozam com o linguajar do Ciro Gomes
Se incomodam com áudios de 5 minutos tipo walk talk
Mas nunca leram ou ouviram nem a metade dos discursos do Fidel Castro
Não dão descargas, não apagam luzes
Talvez porque não descartam nem iluminam nada
Uns não dão oi, tchau, dia, tarde, noite, nem tchum
São muitos os apelidos dos que servem
E o clichê dos acomodados é verdade
No início é empolgante
Na rotina é frustrante
Desanima, desgasta, entristece
É um tapa! TÁ! Explode, estala
Invocam a lei ao passo que a parasitam
Não plantam um pingo de nada
Nem daqui, nem da Índia
São daninhas forasteiras vindas no vento
E ainda são capazes de saudar mandioca, fumo, cachaça
Sugando e retorcendo nobres ganas
Entopem-se, cospem e comem
Tabelando ganham e ingratos respiram
E não provam o bem de quem o faz
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