terça-feira, 21 de março de 2017

QUEIME O SEU FILME QUE EU FAÇO UM CINEMA

*
Quando eu lembro da saliva raivosa e dos olhos esbugalhados daquelas pessoas possessas que "conversei" sobre política, me convenço cada vez mais da doença que deteriora o intelecto dos brasileiros. O nosso sistema político atual, os ícones humanos representativos dele, as interferências das propagandas informativas ou a mera inadaptação genética da miscigenação, criou aficionados por partidos comparados a torcedores de futebol. É tão contrastante para mim, ver um país enorme, que poderia ser uma máquina sistemática bem funcional, com ferramentas de reparo e construção (informação) às mãos de representantes e praticantes da política, que poderiam ser bons justamente por miscigenação. Mas não, eles são capazes de vestir mesmo camisas, estampar seus ídolos, fazer cantigas e atropelar quem pensa diferente deles. Quem é de partidos menores, entram ali no vagão dos ossos, salvos por se subjugarem às locomotivas, “loucomotivas” diria eu. O PT, PSDB e PMDB, principalmente estes, siglas que diferem muito das práticas conceituais das palavras, têm em suas militâncias e núcleos, integrantes dos mais ofensivos, outros tantos alienados, até perigosos, outros mesquinhos e muitos fanáticos, sem contar “Marias vão com as outras” à deriva em busca de uma moda para se integrar na sociedade. Dentre a gama nota-se facilmente as feministas, os sem terra, os militaristas, os aristocratas, entre outros. Não que eu condene os movimentos que encabeçam o nome, mas tenho que remeter novamente aos participantes de cada, pouco aptos a representarem a essência fundamental de cada movimento. São quase todos radicais sem necessidade, pouco pensadores em debate e impacientes para falar sem escutar. Ou seja, feministas preconceituosas, sem terras com terras, militares racistas e apologistas à ditadura desnecessária, aristocratas envolvidos em roubos de milhões... Posso lembrar de uma conversa na boemia – e olha que converso também sóbrio com a mesma disciplina – com uma pessoa que filtrava e invertia tudo que eu falava, por estratégia de tentar me tirar do sério ou por distúrbio de interpretação da pessoa própria. Eu comentei no meio de uma conversa multicultural: "Em Portugal, vivenciei um problema, que era a má fama quase automática das mulheres brasileiras associadas à prostituição" ou seja, aquele povo local erradamente taxava assim as mulheres brasileiras, o que era combatido por mim, cidadão natal do Brasil, onde recebera inclusive uma namorada, na mesma época que vivenciava a discriminação. Mas a maldade ou ignorância de quem eu conversava nessa ocasião no bar, uma pessoa que naquele caso era aficionada ao partido petista, com esses comportamentos que citei anteriormente, entendia e até reproduzia alarmante que era eu que associava o comentário que eu trazia à mesa a mim mesmo. Ou seja, a pessoa usava uma má fé horrível de virar o assunto coletivo, até mesmo para os ouvintes, tentando dar a entender que a polêmica do assunto era defendido por mim e não combatido. Era como tentar discutir com uma criança marrenta (em natural infantilidade), ou uma pessoa pronta para usar o jogo sujo, o desequilíbrio e a distorção do debate. Para conversar com pessoas assim a gente precisa gravar a conversa para reouvir e provar o que disse diferente do que a pessoa tendenciosa escutou. Para não perder o foco, estou falando da alienação das militâncias partidárias no Brasil, de baixíssima qualidade, convenhamos, notadamente. Acusam os representantes nos atuais poderes, de pompas e gastos e má gestão, só porque prefeririam que os seus representantes assim o fizesse. Não têm a mínima vergonha, na verdade não têm base alguma histórica, respeito, sabedoria, são assim em sua grande maioria uma militância de burros, em todos os partidos. Se ainda identificassem um líder que representasse os alicerces do partido, que honrasse com a idoneidade, ou até fossem rebeldes por uma causa que levaria à morte como Che, como vivos que revolucionaram, como Mujica, entre outros poucos. Mas não, seus “chefes” não passam confiança, não são líderes, são fantoches, os que tiveram uma cadeira no governo um dia, para mim não devem voltar nunca mais, como prova as consequências negativas dos rastros que deixaram. Recentemente, passei por maus bocados quando encontrei um grupo de amigos antigos e novos, enquanto falávamos de política, eu simplesmente um explícito Sebastianista, (pesquisa aí), fui insistentemente confrontado por uma menina desequilibrada que não sabia nem meu nome, taxando-me de nomes dos mais escrúpulos, só porque acredito na importância de um rei. Então eu venho a saber que essa menina é uma partidária, adivinha de qual? E ela reage assim como um animal enfurecido só porque você pensa diferente dela, e só porque o representante dela não está no poder (o que justifica umas das suas raivas), só porque ela não sabe o que significa rei. Eu associo uma pessoa assim à um racista, à um preconceituoso de gêneros, à uma pessoa que impõe a força desnecessária. Esse estrato de gente está em toda parte, em todos os partidos. Está também na Monarquia, pelo menos na extinta, que difere um pouco da minha, que reza uma nova dinastia, logicamente precavida de vacilos tais quais. A gente precisa querer ser melhor, mas a gente precisa saber do pior. Porque assim a gente pode agir de boa forma em todos os sentidos justificando ser bons. A gente tem que tentar evitar os erros, por mais que inevitavelmente aconteçam. Porque a gente não deve deixar exemplos ruins para os nossos filhos, porque os nossos filhos são o futuro do país.
*

Nenhum comentário:

MANIFESTO LIBERTÁRIO VERDE

Todo manifesto vindo agora não é súbito. É um vagão que compõe a locomotiva do ser. Nem ocorre em estado de boêmia descontrolada, não se enc...