terça-feira, 23 de janeiro de 2018

OSSO

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Roo, porque meus dentes duram. Unhas, pouco tive além da carne. Sono, não conheço profundamente mais que 4 horas. É cada um por si e vez em quando alguém sorri. Você é o artilheiro mas não há treinos para provar. Você joga o jogo da sobrevivência. E já ganhou alguns campeonatos. Achei fios brancos sobre a orelha. De volta à BOA LIS, a gata de pêlos negros vomitou-me o réveillon. Outra irritou-se por chamá-la pelo sobrenome. Pobre de mim. Crente fiel no Rei, com as gorduras acumuladas do Brasil, os lábios rachados de frio, a subir e a descer as sete colinas, cruzando o Tejo, por enquanto na alma danada, com quase nada, à espera de um milagre. Não! À espera da validação dos gols, das respostas das cartas. Óh cartas tantas tão maravilhosas, se forem lidas daqui há 100 anos, orgulhar-se-ão meus tataranetos. Tenho uma, feita ao Patriarca. Tenho a fala pronta para o Papa. Mas, sento numa tasca para comer um pão com queijo e vejo o sorriso feio do presidente do euro grupo. Pode ser que o Patriarca prefira-o. O próximo Papa pode não ser Franciscano. A profecia menciona os Jesuítas. E tudo está no tempo correto para a consumação. Peso enorme fazer parte disso. Nas calçadas portuguesas sinto muitas vezes um atrito que invade a minha sola e pulsa no meu peito. É o destino, são as letras, as marcas, o leão de Pombal, o mar doce, o sal do Império, Castelos, casarões, o povo belo. E ao sair do subsolo vejo uma luz, além da claridade do dia, alguém que me responde e no fim diz: "Tem que ser". E sigo pensando o mesmo "Tem que ser". No momento eu só preciso de um espaço, um retângulo com um tatame para eu repousar meu corpo vivo. Porque toda vez ereto, vertical, ativo, peito à frente, altivo, sobra muito mais que tudo isso dito.
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