quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

PUBLICARÊNCIA

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O poeta é um criador de palavras (Neologismo). "O poeta é um fingidor" (F. Pessoa). Agora eu. Os sentimentos são combustíveis para os poetas. Reza a lenda que é verdade que em Ouro Preto, Minas Gerais, os poetas se suicidavam. Não é o meu caso, hoje. Negação gera sensação. Uma velha consequência para as crónicas. "Os pesos dos valores". Se eu soubesse escrever romance, ou policial, ou qualquer outro estilo de narrativa com estória continuada e robusta, esse seria um bom título para um livro. Mas, penso logo escrevo, sobre o que sinto da existência tão cheia de inconstância. Eis que, lamento ter acreditado após ter enviado 2 textos elogiados e previamente aprovados para eventualmente serem publicados numa antologia de uma editora portuguesa, desta terra e nesta língua de Camões, e ao final da resposta do sim ou não, dizerem não, por eu não ter condições instantâneas na atual conjuntura - acabado de chegar de lá pra cá, agora aqui e amanhã acolá - para comprar 3 exemplares da futura obra conjunta com outros autores. A numérica não me abala mais que a frase equivalente: "Volte a nos contactar quando tiver melhores condições", vide Editora. Mas entendo. Também nos tempos modernos o dinheiro ainda é uma teórica anuência para o posicionamento de status. Lembra das dificuldades de Camões? Eu me lembro. Perdeu até um olho. Depois de décadas, melhor, séculos, ainda lembramos dele. E o que ganhou ele? Estátuas de bronze com louros nas fontes, não fede, nem cheira, os dois olhos não veem, impressões em notas menos valiosas que as letras de ouro que jorravam de sua cabeça para o Rei... Por fim, assim com uma pena de dedos e nanquim digital, desejei melhores condições financeiras à Editora, para poderem ser verdadeiros fãs das escritas de qualidade do que das moedas dos que escrevem.
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