sábado, 19 de maio de 2018

CRÔNICA THE MONEY: DA DESCRENÇA E O ATRASO MAIOR

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Passei aproximadamente 15 dias em atividade constante. Ou seja, pagava a totalidade de um dia, a diária e as noites, numa pensão centenária, onde fumava, escrevia, tocava, falava e dormia, por 12 dias ao certo. Tinha pois ainda uma quantia para comprar manteiga de cacau e cacau propriamente dito com leite, além de álcool no próprio restaurante. Mas estava decidido a voltar ao Centro para participar de uma empreitada árdua. Quase tudo depende de grana e só permaneci um ciclo mais porque paguei com coroas o sol nas praças dos terreiros de Lisboa. Saí de Espinho sem receber os dias de trabalho, falho acordo do maldoso, passei parte do ano sem pesos, mergulhado em comunidades aglomeradas, pisando o sebo no chão cosmopolita. Estava na malha que aceitava sem dar-se conta da nobreza do andante que captava. Eu estava pobre e com roncos na barriga, acordado zelando a tormenta, mas portava uma máquina de congelar imagens e falava em público coisas sabidas, cada vez menos sem grana.
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