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Há dias muito ruins, é a vida
São dias pesados, ou eu estou
Frio e calor incomodam, o tempo
Entra em cena Ranz, o Zinza
As marcas passadas sangram, lembro
As marcas de agora zombam, enganam
Desejo o fim sem saber quando, de tudo
Da fome vasculhada nas lixeiras
Dos homens em busca de latas e tragos
E os cães nem lata viram, só espalham
A demora do crescimento das árvores
O fedor dos rios, a impaciência dos condutores
Os dirigentes com reis na barriga que pagam
Compram ares frescos até nos banheiros
Choro entalado, saudade, me mate!
Faltas, medos, dúvidas, desamor
Nem a girada da roda traz-me graça
Nem os nomes dos santos e suas preces
Nem os dentes brancos, nem as beldades
Os que chegam parecem mais fortes
E os que partem parecem tomar
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