sábado, 11 de março de 2023

DO CIMO VEJO O HORIZONTE

Carta aos Doutores

Sinto que tende haver uma virada de chave e isso tem várias vertentes. Quando trato a minha vida unicamente, juro que penso passar um tempo num claustro. Escreveria logicamente antes uma carta variável às Ordens Cristianas, que me fitariam e aceitando ingressava em dedicada introspecção por anos consecutivos. Isso seria um ato drástico, extremo, possível já testado nesse corpo peregrino. Caso contrário a subida da montanha realizaria o máximo do livre arbítrio.  Sinto que vivo em estado protegido sob o céu e sobre o magma, ainda que vacile e por isso continuaria produzindo sem pecado obras aos dons de Rupnik. Ao lado mesmo de Francisco que mirando aponta e mostra os novos rumos da história. Mas, não é o caso trajar-me de sacerdote para encontrar a paz, exceto uma necessidade de sair desse cenário atual local ou que as máquinas andem. A cidade é um berço fera, velha, é caduca, estão as calçadas em pedaços, há areia e terra nos cantos como nas praianas ou de faroeste, salpicados de lixos, o sol arde no verão, há cuspes e escarros já lembrando o velho possuído da Estação de São Bento; as praças, ruas e avenidas estão lá em blocos e pedras e curvas, sujas, mijadas, onde rola grana, super exploradas em horários de inferno e caos e abandono. O córrego fede raso tudo que todo mundo excreta, desde o mendigo ao de qualquer teto de conta bancária. E as crianças, adolescentes e adultos estudam, mas infelizmente estou congelado em participar. Esse é o cenário do berço, é o que eu amo e sabido haver lugares mais podres, ainda que sejam berços lindos. A esperança que paira é no propósito acreditado que me entrega a verdadeira chave da independência local, podendo ajudar mais a todos, como um poderio de ofício específico simplesmente, a euforia contínua de suar e sangrar pela certeza e a crença no percorrido da estrada que venho construindo... E como não tenho um chamado, nenhuma bandeira me agrega à mudança, vou ficando fadado sem poder pintar paredes, namorar todo dia, semear e desbravar paisagens naturais, educar ambientalmente... E vou ficando velho correndo para continuar enérgico. Quando uma parte da sobra dos que lucram - veja bem que tenho a Matemática I – é dedicada em aplicação financeira no ramo especializado para tratativas ambientais de manutenção (gestão) e formação (Educação Ambiental) os resultados em décadas serão maravilhosos, porque aumenta-se as manchas verdes e as cidades dirigidas, porque forma quem cresce sabendo que essa é uma missão de escala planetária. Eu penso em outros cenários que existem, nos vários cantos do mundo, já pensei chegar em locais que já fui e em locais que desejaria chegar e estar. Estou sempre a um passo disso, ficando longe do cenário que amo e das pessoas também, não por crime, insanidade, descontrole ou paixão, ainda que oscilamos todos e estamos às margens de um provável Superior Mor. Partindo carrego sempre naturalmente comigo escritos, desenhos, sonoras e as memórias dos registros.

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