terça-feira, 16 de janeiro de 2024

40 LINHAS DE ATUAL

Hey, Mater! Que calor! Vou na terceira carta direcionada tentando aproveitar a vida que nos resta. Essa aproximação é rara, então aproveite-a, pois o tempo passa e essa é uma máxima que não podemos controlar, exceto sentir. Por isso escrevo com o coração, sem tinta, mas nem por isso vazio. Eu venho acreditado piamente que sou um ser amigável, não o contrário. Que sou respeitoso, não um monstro. Que pinto, como pinto, o abstrato-realístico, voo, mergulho e até posso te fazer chorar, quiçá riam disso. Sei que é difícil sermos completamente iguais ainda que tenhamos vindo dos mesmos buchos, e mesmo tenhamos as mesmas opiniões ainda assim serão diferentes. Então saliento para fazermos o básico, fugindo e combatendo as mazelas humanas a começar as ocorridas debaixo das nossas barbas. Algo semelhante é visto exposto em vitrine, como exemplo moderno, para que malhem, cuspam ou abram alas, seios e bumbuns no carnaval à vista. Há puristas que condenam. E sabe como eu pago a sola do meu passo? Passo. Devemos ter ciência que existem pessoas de mesma cidade, bairro, família, país, religião, bandeira ou conjunto que nem se cumprimentam. Pior, competem, lesam e se matam direta e indiretamente. E se amam, pois, não tem como haver só desgraças. Mas, toda ação tem um choque na balança (qualquer balança do leitor) onde necessariamente constam três marcos. Essa é uma mostra da escada. Daí em diante coloque dois pilares laterais nos extremos verticais do retângulo, tipo cine-teatro, o enquadramento do espaço; um chão psicodélico monocromático e um céu multivariado. Ao situar-se, chega-se à necessidade de união com a parte que leva à possibilidade de continuidade dessa construção. Ufa! O “ufa” é bom, pois mostra o trabalho executado. Creio, certamente, que nós podemos ser melhores nesse cenário, cada um no seu degrau de mesma árvore. Fazendo simplesmente o básico e seguindo o script de um roteiro sabido, você acredita que podemos ter sucesso inabalável além da morte? Ou continuaremos em conflito sem a capacidade de fazer bons dias, sem gratidão e insensíveis às desculpas. Hey, Mater, é para lembrá-la que eu vou treinando a escrita, os olhos e a audição, preparando para um salto ou mergulho (como queira) sem discutir com os minutos que me levam ao dia tal. Devo arquitetar um excelente texto varando o topo, como que um acordar gigantesco ou um imenso suspirar, nessa parte, ambos. Meus joelhos doem, mas ainda assim chegarei ao mar, verei navios e interiores de terras além que se conectam. Pois venho marcando cada canto com a sina da independência referente para colocar-me no meio dos terrenos. Forte isso, hum? Mater! Essa flecha, lança-se e impacta, ela está engatilhada em dedos que trabalham como os que fazem costuras e dão marteladas. Contudo não está sendo fácil para um peregrino, meia vida, ralo em seu sítio como um forasteiro no berço, meio cinza, apaixonado pelas musas, depois que os faróis desligaram suas luzes, sobrevivente ao ego contaminado de competições de status e mesquinharias invejosas dos "crachatados", e que se fez em desperdício de dezenas de redações com milhares de linhas de suor, sangue, lágrimas e amor. Você já parou para pensar que existem pessoas que exibem selos em seus rodapés de endereço eletrônico e ao mesmo tempo não têm a noção do que são 30 linhas de palavras douradas? Quiçá percepções de manchas, nuvens, descargas, sinônimos de palavras, efeitos e teias... Você acredita que há gente entupida de líquidos de máquinas que acumulam em suas ancas parecendo impressoras de polímeros de carbono recauchutado, com o cérebros fragmentados dentro de caixas com ares refrigerados a morder dentes e engasgarem-se com bolsões de ares empapuçados na garganta agindo como blocks and retardos? C@&^+]º! Você sabia que as pessoas sacanas têm registros, números, coisas e nomenclaturas, aparentam ser uma coisa e são outra, e de certo são covardes atrás de rankings pessoais? No entanto não se abata, tampouco se sinta perdido. Venho dito, o bem existe, acredite! Se enobreça nas excelentes produções, se erga nas conquistas. Elas extravasam o corriqueiro e em qualquer língua elas são sentido por quem reconhece. Toda excelência tem nota máxima. Alguns dizem outros não. Uns podem, tantos não. É essa a riqueza do ofício de lidar com as letras ao saber colocá-las para a compreensão e o aprimoramento da arte de tocar na brecha das coisas já abertas. É fácil entender o funcionamento da sociedade. Há tempos. É como percorrer uma estrada ao escrever sobre ela. E sempre alerta! Sem fugir da realidade dessa estrada, nem ocioso, nem eufórico, pois uma vez a moeda não estampa minha cara, figuro oculto com uma coroa que ultrapassa a aceitação, sua ou de qualquer, exceto Deus. Isso continua muito forte, não é! Pois, é quando digo que ultrapassa. É essa a estrada da sociedade. Eu sugiro que não se vista de uma aceitação entre aspas, porque a negação nota-se na expressão e não há jura que camufle. A positiva também não se esconde, e dispensa juras, pois os leais se vêm. Já a negação eu conheço bem. Você é repelido, incomoda, atua como um leproso do novo testamento. Mas isso é o Mundo atual, tão bizarro com disfarces, máscaras, explícitas maldades a confrontar essências, guerras e a horrível doença humana que é a ignorância em meio à linda capacidade do Homem de criar e construir. Então? Tá sacando como chego lá? De uma forma ou de outra estamos todos nessa dinâmica, estrada, ou pirâmide, nessa escadaria, nesse mapa, estamos nessas linhas, nesse Planeta, e a vida segue mais ou menos assim.

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