segunda-feira, 20 de maio de 2024

O QUE FOI QUE TE MORDEU, MULÉ?

Um pouco de ironia não faz mal a ninguém, pois não? Há piadas e piadas. Gargalhadas e bufos que contradizem as tentativas das eras das comunicações não violentas e seus gestos, que classifica cada qual em sua tribo ou escalão. Existem níveis de gente boa, que vai de 0 a 10. Você já trabalhou numa traineira de pesca de atum com 11 pescadores a lá, Brutos? Pode imaginar 3 horas diárias ou mais de esforço de pescaria artesanal e o registro das entradas de peixes escorrendo pelo convés ao porão, num frenesi alucinante no chuveiro lateral da embarcação, e a gritaria da tropa, em tom açoriano ou madeirense, imagine no mar do norte, noite ou dia... Há mulheres que também trabalham firmes em embarcações como estas, lembradas. Conheci algumas em 2005. Bom, antes de continuar essa crônica, o bordão do título pertence à gravação feita por Natali Torres, do seu primo Duduzinho num momento de extroversão familiar. Duduzinho, tem um perfil de Instagram conduzido por responsáveis do seu círculo, onde expõe sua rotina de vida (qual tantos internautas). Expõe seu enfrentamento e necessidades de saúde referente a uma doença grave, além do chamariz que deu graça à frase ou clip de vídeo ("O que foi mulé? O que foi que te mordeu?"). Esse é um bordão que indica atenção dispensada a ela, mulher. "Está acontecendo algo de errado contigo?". "Alguma coisa te mordeu?". "Posso te ajudar?" No filtro das redes regadas de gente in-on, corporativo, executivo, democrático, opcional, trabalhista, multivariado, interativo de trampolins, lançamentos e guilhotinas, teria alguma consequência negativa tal crônica nessa roda hora oca, hora revolucionária, viralizante? Dizem que todos os poetas perdem o medo já na segunda palavra, mas morrem antes mesmo de terminar a obra. É verdade. Bem sabemos que vem chegando o calendário dos concursos eleitorais, as figurinhas começam suas estratégias públicas corriqueiras e em covis de pequenas, médias e grandes marcas, é a corrida da conquista do confirma-eletrônico e viva, ufa! Ufa! E eu não consigo entender como estou moribundo nessa terra que tanto amo em busca de um posto fixo e contínuo, concorrendo inclusive às loterias dos A. B. C. D. E(s)... Após percorrer e produzir meio mundo com sopas que alimentam as inteligências artificiais nas cadeiras quentes das chefias com rei na barriga. Não entendo, mesmo. Mas, me lembro bem recente de uma, entre tantas, que me abalou por tamanha injustiça e covardia de fantasias, com regras de jogo e com ares de homo maria, com medo de T(s) grandes, uma pessoa a se perguntar: "O que foi mulé? O que foi que te mordeu?". E ainda reclamaria, sequer sorriria como a prima do Duduzinho. Pois, eu conheci a fera, uma besta, ela bufaria como que houvesse um ovo em sua goela ou fosse mesmo mordida por algum bicho. É importante que não aceitemos que nos prejudiquem por mera malícia. E se não te mordeu ainda, vai morder um dia.

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